terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Descendo dos Sicômoros da vida




Descendo dos Sicômoros da vida

“Jesus entrou em Jericó, e atravessava a cidade. Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão. Assim, correu adiante e subiu numa sicômoro (figueira brava) para vê-lo, pois Jesus ia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: "Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje". Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria. Todo o povo viu isso e começou a se queixar: "Ele se hospedou na casa de um ‘pecador’ ". Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: "Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais". Jesus lhe disse: "Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão. Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido". Lucas 19:1-10


O nome Zaqueu quer dizer “puro”, mas assim como outros, o nome da pessoa nem sempre revela seu caráter. No caso de Zaqueu, posteriormente esta realidade se cumpriu.

A história da conversão de Zaqueu se passa em Jericó, uma cidade que ficava na província da Judéia, no vale do rio Jordão.

Jericó possuía uma vasta área verde com plantações de cereais.

Havia ainda muitas videiras, figueiras, tamareiras e palmeiras. Uma cidade onde várias muralhas foram derrubadas.

Durante a dominação de Roma sobre a Judéia, a sociedade era dividida em várias classes, dentre estas, os publicanos eram, de uma forma geral, os responsáveis pela cobrança e arrecadação de taxas, tributos e impostos.

"E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico."  Lucas 19:1-2

Os publicanos sofriam um repúdio muito forte dos fariseus. Muitos publicanos cobravam mais impostos do que deveriam, praticando extorsão. Enriqueciam ilicitamente. Eram considerados traidores, gatunos e ladrões. Este ódio se estendia a suas famílias também.

 Os publicanos eram impedidos de participar do templo e expulsos das sinagogas. Apontados por onde passavam, isolados dos seus compatriotas, eram contados como vis pecadores.

Podemos aprender lições muito valiosas, se nos atentarmos aos fatos descritos no texto do livro de Lucas 19:1-10.

“Ele queria ver quem era Jesus...”

Não sei se você já esteve em meio a multidão tentando ver alguém famoso. É comum, pessoas empurrarem e competirem por melhores lugares a fim não apenas de ver , mas também de ser visto. O encontro de Jesus com Zaqueu se deu nessas condições. Jesus estava em Jericó e uma multidão O seguia para receber, ver milagres e disputar Sua atenção. Era praticamente impossível para alguém de baixa estatura e pouca popularidade, se manter em destaque entre tantas pessoas. Zaqueu era esse protótipo de homem que se perderia facilmente, passaria desapercebido ou quem sabe, seria pisoteado ao se misturar na multidão.

Quando o ser humano toma a atitude mínima de ver quem é Deus, verdadeiramente em seu coração, é o próprio homem quem acaba por ser encontrado.

Muitos querem ver Jesus. Até hoje as pessoas são curiosas a respeito DELE. Querem vê-Lo, mas sem muito compromisso. Querem seus milagres, como Herodes (Quando Herodes viu Jesus, ficou muito alegre, porque havia muito tempo queria vê-lo. Pelo que ouvira falar dele, esperava vê-lo realizar algum milagre. Interrogou-o com muitas perguntas, mas Jesus não lhe deu resposta.) Lucas 23:8-9, para estes não há um espetáculo, mas o silêncio do Mestre.

Com Zaqueu foi diferente, pois o texto descreve que ele (procurava), os estudiosos das línguas originais dizem que esta palavra denota uma ação contínua, a mesma força que ele usava para adquirir riquezas, ele usou para “ver” Jesus.

Se desejamos ter um encontro transformador com Cristo temos de empregar a mesma avidez (Que se deseja muito. Que espera ansiosamente pela realização de alguma coisa) que muitas das vezes se utiliza para buscar seus próprios interesses em pról da busca do Rei dos reis.

Quão bom seria se nós reconhecêssemos as nossas limitações e sentíssemos o desejo de ver a Cristo.

Zaqueu estava tão desejoso de ver a Cristo, que estava disposto a fazer qualquer coisa, até mesmo subir numa árvore.

Um homem rico, uma autoridade que não era benquista, poderia ser ridicularizada; mas ele não se importava, ele só queria uma coisa, ver a Jesus.

É interessante notarmos que o sincero desejo de ver a Cristo leva a criatura a um comportamento e a uma atitude diferentes das que o mundo conhece e desenvolve.

Mas é impossível alguém ficar oculto aos Olhos do Senhor. É impossível um coração passar despercebido diante dEle quando pulsa com o desejo de vê-Lo.

Zaqueu para ver Jesus, teve que superar obstáculos de cunho pessoal, "era de pequena estatura" e obstáculos de cunho circunstancial, a multidão.

Veja que Zaqueu utiliza de estratégias para se por à frente da multidão. Ele calcula por onde Jesus passaria. Para superar a multidão, ele "corre", ou seja, ele emprega suas energias. Isso nos ensina que por vezes, para superarmos dificuldades, é necessário empreender um certo esforço.

"Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão.” Lucas 13:24

"Façam todo o esforço para obedecer e cumprir tudo o que está escrito no Livro da Lei de Moisés, sem se desviar, nem para a direita nem para a esquerda.” Josué 23:6

Outro fato que vale destacar é que Zaqueu sobe em um sicômoro, um tipo de figueira brava. A figueira brava era uma árvore que dava um fruto de qualidade inferior, mas que por fim, acabou servindo para que ele pudesse encontrar com Jesus.


O sicômoro onde Zaqueu subiu é um tipo de árvore cujas folhas se parecem com as folhas da macieira e os frutos com os da figueira. São árvores de galhos baixos, que proporcionam uma boa sombra. Era comum encontrar estas árvores a caminho das portas da cidade. E exatamente neste tipo de árvore Zaqueu subiu.

Naquela estrada, debaixo da árvore, exatamente ali, Cristo passava e provavelmente, alguém deve ter dito a Cristo: “Olhe para cima, veja aquele homem, é Zaqueu o cobrador de impostos.” Quem sabe, alguém deve ter criticado: “Onde já se viu, subir numa árvore!”

Pense um pouco nas observações que se levantaram ao verem Zaqueu trepado no galho da árvore. Estamos mais propensos a fazer observações e críticas, do que investigar as razões que levam o ser humano a se comportar de forma diferente.

Mas Cristo não vê assim. Ele viu aquele homem na árvore, mas muito mais do que um estranho, Cristo viu a necessidade do homem, por isso rapidamente disse: “Zaqueu, desce depressa, pois me convêm ficar hoje em tua casa.”

Cristo vê o interior, sonda o nosso coração e pensamentos. Ele sentiu que estava ali um homem que se via como um pecador, mas que também compreendia a necessidade de encontrar um ser santo.

Quão bom seria se nós também sentíssemos essa necessidade!


Quando Cristo viu a Zaqueu e sua necessidade, solicitou que descesse depressa, pois é desejo de Deus colocar-se rapidamente ao lado da criatura, para satisfazer-lhe o anseio da alma.

Isso também nos mostra que as coisas que muitas vezes parecem sem muito valor, como subir em uma árvore por exemplo podem ser usadas por Deus, para nos projetar a situações de vitórias. Deus utiliza das pequenas coisas para confundir as grandes. Deus usa os fracos para confundir os fortes.

“Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.” 1 Coríntios 1:27

Zaqueu, o puro, precisava retornar a sua essência e aquele encontro era a chance. Não sabemos como foi o diálogo de Jesus com Zaqueu no percurso até sua casa, o certo é que o publicano fora profundamente marcado. Todos os que buscam Jesus são de fato, transformados através do diálogo, do encontro. A ordem de Jesus: “Zaqueu, desce da figueira” também pode ser traduzida como: “ Zaqueu, abandona os sicômoros da vida , larga esses métodos corruptos, falhos, esses frutos imprestáveis”. Posição social elevada não é requisito de santidade. Status não compra salvação. Ainda que seja o mais influente dos homens, é preciso se humilhar diante de Deus para ser exaltado. 

“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” Lucas 14:11. Desce, Zaqueu, deixa a figueira brava!

Um fato que marca nossa história e certamente mexeu com o coração de Zaqueu é o fato de que Jesus o chama pelo nome de nascimento, sem nunca o ter visto. Jesus não olha para multidões anônimas, mas sim para o indivíduo com nome, endereço, estado civil, situação espiritual, etc. Ele se importa com você! Ele conhece você! Ele sabe o que se passa em seu coração e em sua vida neste exato momento, pois Ele é Deus.

Jantar na casa de alguém em Israel, era um costume que indicava amizade, cordialidade. Os murmurinhos da multidão eram de reprovação: “Como assim, repousar na casa desse ladrão? Ele não merece essa honra, tem afligido a muitos de nós!”. Jesus não estava preocupado em ser popular, em agradar a maioria, Ele queria salvar a Zaqueu, regar a semente de fé que já brotava em seu interior. O cobrador de impostos, deixaria de ser figueira brava, para ser figueira de vide excelente!

“Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?” Jeremias 2:21

Jesus, ao se oferecer para ir a casa de Zaqueu demonstra todo seu carisma e pacifismo. Jesus é irresistível como amigo, porque é verdadeiro e sem preconceitos! Que grande alegria saber que não existe fronteira, muro, obstáculo de qualquer espécie que impeça Jesus de chegar até nós a não ser nós mesmos! Jesus escolhe Zaqueu sem se importar com as criticas. E por que o escolhe? Porque existia um desejo no coração de Zaqueu em ser transformado. Ninguém conseguiu ver isso. Para todos, ele era irrecuperável e merecia mesmo era castigo e desonra. Jesus viu. Nada há que esteja oculto aos Seus olhos, nem mesmo um pequenino homem acomodado entre a copa de uma figueira!

“Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” Provérbios 15:3

“O Senhor olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens.” Salmos 33:13

Quando uma pessoa verdadeiramente se arrepende, há uma busca por mudar e transformar a sua vida. Mesmo com tantas riquezas, prazeres carnais à disposição, o luxo e nada disso pôde preencher o vazio que havia no coração de Zaqueu.

Quando recebeu o dom da Salvação, com seu coração cheio de alegria, ele mudou o seu ser.

“Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: "Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais..."

A declaração de Zaqueu é de arrependimento, agora ele conhecia Jesus de fato, não apenas de vista. Agora Zaqueu era o puro e não o caloteiro. Era figueira excelente e não a brava (na qual se apoiou a vida inteira). Ele estava se voluntariando para restituir além do que exigia a lei. Levítico 6:5 “... ou qualquer coisa sobre que jurou falso; por inteiro o restituirá, e ainda a isso acrescentará a quinta parte; a quem pertence, lhe dará no dia em que trouxer a sua oferta pela culpa.” Ao invés de restituir um quinto, ele restituiria quatro vezes mais! É certo que a prática da defraudação não lhe seria mais própria e aqueles que já haviam sido prejudicados seriam recompensados. Um novo homem, uma nova vida!

“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” 2 Coríntios 5:17

Aqueles que reconhecem a Jesus, como senhor e salvador, são transformados em seu caráter. Tornam-se em "ex-alguma coisa". Mesmo que não se tenha praticado algum pecado tido como "grave", se alguém abre o coração pra Cristo, então este alguém tem que ser um "ex-alguma coisa".

Pode ser um "ex-angustiado". Pode ser um "ex-mau marido". Ou um "ex- mau filho". Pode ser também um "ex-mau pai", quem sabe pode ser uma infinidade de situações.

“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente;
E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Efésios 4:22-24

Temos todos a oportunidade e o convite de Jesus para melhorar a nossa conduta moral na família, no trabalho, na escola, na igreja e em qualquer ambiente social que estivermos.

No entanto é necessário estarmos dispostos a descer dos sicômoros da nossa vida que muitas das vezes nos coloca em evidência para o mundo, mas nos separa do encontro transformador com Cristo.

Para que o Senhor operasse salvação na casa de Zaquel, primeiro ele teve de descer para recebê-lo. Do que você precisa descer em sua vida para Jesus poder operar a transformação necessária?

É orgulho, mágoa, posição social ou eclesiástica?

Pecados, omissões, mentiras?

Ouça o Senhor chamar seu nome e dizer: Desce depressa por que hoje convém...

O Messias quer entrar com Seu agir transformador hoje e com urgência, então desça desses sicômoros da vida e prepare-se para viver um novo tempo. Tempo de cura, perdão, salvação e transformação.

Por mais que sejamos pecadores, e de fato o somos, quando nos achegamos a Deus, através de seu Filho, somos perdoados e recebemos vida.

"Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarăo brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarăo como a lă". Isaías 1:18

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” João 1:12




Que Deus vos abençoe.

Fiquem todos na paz de Cristo!







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